Abordagem Fenomenológico-Existencial, o que é?
- Psicóloga Evellyn Sousa
- 4 de fev. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de mai. de 2023
A psicoterapia fenomenológica-existencial propõe que a compreensão do paciente ocorra na relação específica e concreta: terapeuta-paciente, isto é, que esteja referida à situação do atendimento, ao encontro terapeuta-paciente e à compreensão daquilo que aparece no existir do paciente; priorizando, assim, o entendimento do paciente a partir dele mesmo e a partir da maneira como ele vive.
O estilo terapêutico é marcado pela variabilidade adaptável às necessidades individuais, passividade/atividade, ritmo que segue as preocupações do cliente, temas considerados e explorados em diálogo e interesse por aquilo que interessa ao sujeito.
Com isso pretende-se facilitar o confronto ativo do cliente com o seu projeto, questionando a sua existência e facilitando a abertura à construção de alternativas, para que possa mudar o presente e o futuro. Esta reconstrução alternativa da experiência destina-se a proporcionar mudança e deve ter em conta que a mudança terapêutica é um processo de construção gradual que implica comprometimento com o desejo (projeto), escolha e ação.
A abordagem existencial apoia-se na premissa de que os seres humanos não podem fugir à sua liberdade e de que essa liberdade não é uma escolha feita ao acaso, como se observa na doutrina do livre-arbítrio. Não se trata simplesmente de fazer ou não fazer opção. Trata-se de uma escolha responsável. A essência da liberdade é a escolha. Entretanto, as opções são limitadas pelas condições do mundo em que o indivíduo vive, e suas consequências inevitáveis afetarão, forçadamente, esse indivíduo. Existem as condições psico-químico-biológica, as leis de sua cultura, as limitações e regras de suas sociedade e convenções, a que o homem acaba por se submeter, já que não é um ser isolado. Essa é a origem dos conflitos que o indivíduo enfrenta em seu meio social. No entanto, ele não é subjugado por essas forças. Em busca de sua própria verdade, o homem as ultrapassa. O indivíduo é livre, mas dentro dos limites de suas possibilidades. É a liberdade frente ao mundo, considerada a característica da pessoa psicologicamente “sã”.
Os fatores determinantes não são negados absolutamente. O que se torna importante dizer é que ao reconhecer as possíveis forças a que o homem está exposto, este se orienta de uma forma própria frente aos dados e se compromete com alguma escolha. Torna-se consciente das múltiplas forças que o caracterizam como ser-no-mundo, mas não espera passivamente por seu destino. Cabe a ele dar ou não valor a essas forças. Sabendo-se que não é uma vítima, pode influir na força como levará a sua sorte. Como exemplo disso pode-se dizer que ser baixo independe do indivíduo, mas só dele dependerá a sua atitude com relação a essa determinação. Ele é livre para assumir a sua condição. Portanto, a existência do homem consiste na sua própria liberdade que só é liberdade enquanto inserida no mundo. Como a liberdade é projeto, essencialmente só pode aparecer enquanto forma de ação. Ser é agir. Pela liberdade, o homem escolhe o que quer ser e realiza uma autotransformação.
Referencia:
José A. Carvalho Teixeira- Introdução à psicoterapia existencial.
Ida Elizabeth Cardinalli, Cristina Bertini Pires, Juliana Luna Abrantes e Silva Roberto Mariano de Almeida- ALGUMAS FORMAS DE ATENDIMENTO PSICOTERÁPICO NA ABORDAGEM FENOMENOLÓGICA-EXISTENCIAL
Tereza Cristina Saldanha Erthal. Trilogia da Existência: teoria e prática da psicoterapia vivencial..
